Globalização: desafios para o século XXI

Fundação Bracara Augusta

VIII Ciclo de Conferências - Outubro/Novembro 2008

“Globalização: desafios para o século XXI”

“A civilização é uma educação de natureza. O artificial é o caminho para uma aproximação do natural.O que é preciso, porém, é que nunca tomemos o artificial por natural.É na harmonia entre o natural e o artificial que consiste a naturalidade da alma humana superior.”
(Fernando Pessoa “Livro do desassossego”)

Prosseguindo a realização anual de conferências sobre a globalização, em 2008 serão abordados alguns desafios do mundo actual, consequência da modernidade e da globalização.Em cada época histórica as sociedades são confrontadas com novos problemas e novos desafios. Após o optimismo em relação ao futuro trazido pela Revolução Industrial e Tecnológica, com o consequente avanço na produção industrial e agrícola e na cura de doenças, surgiram períodos de menos optimismo causados pelas duas grandes guerras mundiais, nomeadamente a segunda, mais global e também mais mortífera, dado o espantoso desenvolvimento tecnológico militar.No entanto, o contínuo progresso científico e tecnológico e o crescimento económico da última metade do século XX faziam prever um futuro novo e admirável para as sociedades. Todavia, esse não é o panorama do mundo do nosso tempo. Há ameaças de riscos globais que ultrapassam as fronteiras nacionais e geram um clima de receios e insegurança, de que são exemplo o aquecimento global e outros riscos ecológicos, os fundamentalismos religiosos, a imigração, as pandemias como a sida e outras.De modo particular, as preocupações ecológicas têm originado muitas críticas ao progresso moderno. O futuro já não se anuncia tão novo e promissor.Perante esta situação de catástrofes ambientais e de saúde pública e de integrismos religiosos, como pode a sociedade do nosso tempo lidar com os riscos? Ulrich Beck, em 1986, definiu assim risco nas sociedades modernas: “O risco pode ser definido como uma forma de lidar com o acaso e a insegurança induzidos e introduzidos pela própria modernidade”.Em função destes cenários, algumas interrogações podem ser colocadas.Podem-se controlar os riscos das nossas sociedades? Podem-se transformar os riscos difusos em riscos definidos ?Qual a responsabilidade dos políticos, dos cidadãos, da denominada sociedade civil na gestão dos riscos? Como conciliar o excessivo racionalismo das sociedades modernas e um certo vazio ideológico com um fascínio crescente pela religião , que, muitas vezes, se manifestam por fundamentalismos religiosos e outros movimentos religiosos de cariz integrista?Devemos abandonar a nossa crença e esperança na modernidade e seus benefícios e aclamar um cartaz exibido no Forum Social de Mumbai (Bombaim), 2004, que proclamava “As pessoas não querem o desenvolvimento. Querem apenas viver”?

As conferências deste ano tratarão as questões acima genericamente enunciadas, as quais serão proferidas por personalidades importantes nesta área do pensamento.

Dia 10 de Outubro - "Uma espiritualidade para o século XXI"
Dia 17 de Outubro - "Século XXI - sociedade de riscos?"
Dia 14 de Novembro - "Enfrentar as infecções num mundo globalizado"

Entrada Livre
Local: Auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva