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Blog da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa do Centro Regional de Braga

quinta-feira, março 08, 2007

8 de Março - Tertúlia com a Amnistia Internacional sobre a Mulher

Tertúlia organizada pela AEFACIS com a participação da Amnistia Internacional e que contou com a presença de mais de 50 pessoas.











Hoje comemora-se o Dia Internacional da Mulher e é com todo o prazer que a AEFACIS deu a conhecer um pouco mais a história daquelas que lutaram, e que ainda hoje lutam, pela igualdade de direitos, organizando uma tertúlia com a presença de Maria Augusta Ribeiro da Amnistia Internacional.

A Amnistia Internacional nasce graças a um brinde à liberdade feito por dois jovens, no tempo do Estado Novo, que foram presos, despertando a atenção de um Britânico que decidiu procurar informação sobre aquelas e aqueles que reinvidicam um mundo "mais igual".

Rápidamente apercebeu-se que a sua maioria vivia encarcerada, amordaçada e impedida de manifestar a sua opinião sobre os temas que lhes diziam respeito. Posto isto, cria uma associação de defesa dos direitos humanos. A Amnistia Internacional vem lutando até hoje a favor dos direitos humanos, da liberdade de expressão e da igualdade de oportunidades.

Facilmente o público se sentiu confortável num tema que nos diz tanto respeito como estudantes interessados, cidadãos participativos e futuros Assistentes Sociais.

Hoje, na Europa, as mulheres, em média, continuam a ganhar menos que os homens, a serem mais perteridas nos cargos dirigentes aos mais diversos níveis, a serem mais atingidas pelo desemprego, a serem as principais vítimas da violência doméstica e de actos de escravatura sexual. Celebrar, hoje, o Dia Internacional da Mulher continua a fazer todo o sentido se queremos ver um dia concretizada a igualdade entre os géneros.

AS MULHERES SÃO AS PRINCIPAIS VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

No Distrito de Braga, no ano de 2006, a Associação de Apoio à Vítima (APAV) registou 351 processos de violência doméstica. Em 90% dos casos, os autores dos crimes eram do género masculino e as vítimas eram mulheres.

Estes actos aparecem muitas vezes associados à dependência do álcool (26,6%), de estupefacientes proibidos (5%), de fármacos (1,4%) e do jogo (0,4%). Contudo, 26,6% dos seus autores e 46,1% das vítimas não manifestam qualquer tipo de dependência. São, por assim dizer, “pessoas normais”.

Note-se, ainda, que estes actos de violência ocorrem principalmente no seio do casamento (51,8%), mas atingem também as mulheres solteiras (19,5%). Verificam-se, sobretudo, em meios atingidos pela miséria material e entre pessoas com um baixo nível de escolaridade, embora possam acontecer ente todas as classes sociais.

A APAV tem desenvolvido uma acção meritória, apoiando as vítimas no plano jurídico, psicológico e social, de acordo com aquilo que lhe é solicitado.

No entanto, supõe-se que a situação descrita seja a apenas a ponta de um iceberg, nunca chegando a ser denunciados, por vergonha ou por medo, muitos dos casos ocorridos. Recorde-se, porém, que tais actos passaram há alguns anos para o domínio do crime público. Ou seja, não é necessário que haja uma queixa da vítima para que se inicie um processo judicial. Basta, para isso, a existência de um qualquer testemunho.



Pedro Mendes
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